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PROANTAR
O Brasil sempre
demonstrou um grande interesse pelo Continente Antártico. Vários
motivos se destacam para justificar a participação do País na região,
dentre eles: situação geográfica favorável ao Brasil (relativamente
próximo ao Continente Antártico); condições excepcionais para a
pesquisa científica em diversas áreas do conhecimento; influência no
território nacional dos fenômenos meteorológicos e oceanográficos
originados na Antártica; indícios da existência de imensas reservas
minerais tio solo e na plataforma continental
antártica; . abundância de fauna marinha; e fazer-se presente
junto à comunidade internacional, influindo nas deliberações sobre o
futuro da Antartica.
Para resguardar suas
atenções o governo brasileiro assinou . O
Tratado da Antártica em maio de 1975, como membro aderente, o
tratado é o responsável pela regulamentação consensual das ações
dos países-membros da comunidade antártica. Coube à Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar, criada em 1974 e subordinada
diretamente ao Presidente da República,
a elaboração do :Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR),
em 1982.
Naquele ano, a Marinha do
Brasil adquiriu o Navio Polar dinamarquês Thalas Dan, apropnado para
trabalhos nas regiões polares, que recebeu o nome de Navio de Apoio
Oceanográfico (NApOc) Barão de Teffé. No início de dezembro, o NApOc
Barão de Teffé zarpou, pela primeira vez levando uma expedição
científica à Antártica, com a missão de realizar um reconhecimento
hidrográfico, oceanográfico e meteorológico de áreas do setor
noroeste da Antártica e selecionar o local onde seria instalada a
futura estação brasileira na Antártica.
Nessa Comissão,
Operação Antártica I, e nas quatro seguintes,
houve a participação do Navio Oceanográfico
Professor Wiadimir Besnard, do Instituto
Oceanográfico da Universidade de São Paulo,
que desenvolveu trabalhos nos campos da Meteorologia,
da Oceanografia Física e da Biologia Marinha.
O maior resultado da
primeira expedição foi o reconhecimento internacional da nossa
participação, que permitiu, em 12
de setembro de 1983, a aceitação do Brasil
como membro consultivo do Tratado da Antártica, com
direito a voto nas questões sobre o
destino daquele continente.
A Estação Antártica
Comandante Ferraz foi inaugura da em
6 de fevereiro de 1984, na Baía do
Almirantado, Ilha Rei George,
Arquipélago das Shetlands do Sul e
marcou a presença brasileira na
Antártica. A partir de 1986, passou a ser
guarnecida todo o ano por 2 dois
grupos de oito militares da Marinha
do Brasil e vinte e quatro pesquisadores no verão e
cinco no inverno. Os grupos de
militares se revezavam em períodos
de dezembro a março (inverno). Em
março de 1996, teve início a
primeira permanência contínua de doze meses.
A Estação Antártica
Comandante Ferraz, inicial-mente com oito módulos, conta hoje com
sessenta e dois, e é constituída por alojamentos, refeitórios,
oficinas, sala de estar, enfermaria, armazéns, cozinha, lavanderia,
biblioteca e um pequeno ginásio de esportes. Em 1994, foi construído
um heliporto com capacidade de operar helicópteros de médio porte.
Complementarmente, para
ampliar o espaço geográfico das pesquisas, foram instalados, no
decorrer das diversas comissões, quatro refúgios nos seguintes locais:
um na Ilha Nelson (Astrônomo Cruls); dois na Ilha Elefante (Emílio
Goeldi e Engenheiro Wiltgen); e um na Ilha Rei George (Padre Rambo).
Cada refúgio pode abrigar
seis pessoas por um período de trinta a quarenta dias. Por vezes, os
pesquisadores se valem de acampamentos para desenvolverem os seus
trabalhos, principalmente nas áreas de Geologia e Glaciologia.
As atividades científicas,
desenvolvidas por diversas universidades e institutos, com apoio do CNPq,
estão agrupadas em Ciência da Atmosfera, da Vida, da Terra e Geofisica
da Terra Sólida, compreendendo as seguintes áreas de conhecimento:
Meteorologia; Geologia
Continental e Marinha; Oceanografia; Biologia; Astrofisica;
Geomagnetismo e Geofísica Nuclear.
A Marinha do Brasil, por
intermédio da Diretoria de Hidrografia e Navegação, desenvolve
atividades de cartografia, já tendo editado duas cartas náuticas, uma
da Baía do Almirantado e outra da Baía Maxwell, local de maior
afluência de navios nas Ilhas Shetlands do Sul. Anteriormente, nas
quinta e sexta operações, o Navio Oceanográfico Almirante Câmara,
daquela Diretoria, em conjunto com a Petrobrás, executou trabalhos
geofisicos nas áreas do Estreito de Bransfield, Passagem de Drake e Mar
de Bellingshausen.
Visando dotar o PROANTAR de
um meio moderno e possibilitar o incremento de novos projetos a serem
desenvolvidos no mar da Antártica, a Marinha do Brasil adquiriu o navio
norueguês MN Polar Queen,incorporado em 25 de abril de 1994 com o nome
de NApOc Ary Ronge!. O NApOc Ary Ronge!, substituto do NApOc Barão de
Teffé, tem capacidade para operar dois helicópteros de pequeno porte,
transportar 2400m de carga e está dotado de um laboratório para
pesquisas nas áreas de Oceanografia Física e Biológica.
As atividades logísticas,
que compreendem desde a fase de seleção e treinamento do pessoal (militares
e pesquisadores), até o suprimento do material necessário à Estação
Antártica Comandante Ferraz, refúgios e acampamentos, está a cargo da
Secretaria da Comissão interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM).
Para isso, conta com o auxílio da Força Aérea Brasileira, que realiza,
anualmente, sete vôos de apoio ao PROANTAR; da Diretoria de Hidrografia
e Navegação, que exerce o esforço principal do apoio logístico por
meio do NApOc Ary Rongel; e do Ministério de Minas e Energia, que
fornece combustível para o navio, para a Estação Antártica e
para os aviões da FAB.
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O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR),
implantado em janeiro de 1982, é executado, de forma descentralizada, por
diversas Universidades, Institutos de Pesquisa e entidades públicas e privadas,
de acordo com um planejamento elaborado pela Comissão Interministerial para os
Recursos do Mar (CIRM), cuja coordenação está a cargo do Ministério da
Marinha.
As atividades científicas contam com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), orgão do Ministério da
Ciência e Tecnologia, e estão agrupadas em Subprogramas de Ciências da
Atmosfera, da Terra, da Vida e Geofísica da Terra Sólida, compreendendo as
seguintes áreas de conhecimento: Circulação Atmosférica; Física da Alta
Atmosfera; Climatologia; Meteorologia; Geologia Continental e Marinha;
Glaciologia; Oceanografia; Biologia; Ecologia; Astrofísica; Geomagnetismo e
Geofísica Nuclear. Para o período 1996-97, está prevista a realização de 24
projetos científicos.
As atividades brasileiras na Antártica são desenvolvidas na Estação
Antártica Comandante Ferraz (EACF), em quatro refúgios distribuídos pelas
ilhas Elefante, Nelson e Rei George e a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico (NAPOc)
"Ary Rongel'.
A EACF foi instalada, em 6 de fevereiro de 1984, na Baía do Almirantado,
Ilha Rei George, Arquipélago das Shetlands do Sul, e marca a presença
brasileira na Antártica. Hoje, ela conta com sessenta e dois módulos, podendo
acomodar até vinte e quatro pesquisadores. A estação é operada por um Grupo
de Apoio de dez militares da Marinha do Brasil. A partir de março de 1996, este
Grupo de Apoio passou a permanecer, na Antártica, por um período continuo de
doze meses.
Os refúgios são edificações tipo contêineres e podem abrigar até seis
pesquisadores durante o verão.
O NAPOc "An Rongel" (ex-Polar Queen) foi adquirido em março de
1994, opera com dois helicópteros de pequeno porte, é dotado de laboratório
para pesquisa nas áreas de Meteorologia e Oceanografia Física e Biológica, e
pode acomodar até vinte e sete pesquisadores.
Complementando o esforço brasileiro na Antártica, a Força Aérea
Brasileira realiza, por ano, sete vôos de apoio, possibilitando a troca de
pesquisadores e o apoio logístico à EACF durante o inverno. O Programa
Antártico Brasileiro, valendo-se do esforço de seus cientistas e do pessoal da
área de apoio logístico e da cooperação da Comunidade Antártica
Internacional, vem buscando demonstrar, com transparência, o firme interesse do
Brasil no futuro do Continente Antártico.
THE BRAZILIAN ANTARCTIC PROGRAM
The execution of the Brazilian Antarctic Program (PROANTAR),
implemented in January 1982, is decentralized into several universities,
research institutes and other public and private institutes, according to a plan
elaborated by the lnterministerial Commission for Marine Resources (CIRM), whose
coordination is carried out by the Ministry of Navy.
The scientific activities are supported by the National
Council for Scientific and technological Development (CNPq), which is a division
of the Ministry of Science an Technology. Such activities are grouped into
scientific sub-programs on atmosphere, land, life; and also continental
geophysics, encompassing the following areas of research: atmospheric
circulation, high atmosphere physics, climatologic, meteorology, continental and
marine geology, glaciology, oceanography, biology, ecology, astrophysics,
nuclear geomagnetism and geophysics. There are 24 scientific projects planned
for the period 1996-97.
Brazilian activities in Antarctic are based at the
"Comandante Feraz" Antarctic Station (EACF), in four quarters settled
on Elephant, Nelson and King George Islands, and on board the 'Any Rongel"
Oceanographic Support Ship (NAPOc).
The EACF was established on February 6, 1984, in "Almirantado"
Bay, on King George Island, South Shetland Archipelago, and marks the Brazilian
presence in Antarctic. Nowadays, there are sixty-two lodgings, which may
accommodate up to 24 researchers. The station is run by a 10-man Support Group
from the Brazilian Navy. Since March 1996, each Support Group has served in land
for a twelve-month term. The quarters are in a container style and may shelter
up to six researchers in the summer.
The "Ary Rongel" NAPOc (ex-Polar Queen) was
bought in March 1994. It operates with two small helicopters, has a laboratory
for research in the fields of meteorology and oceanography, both physical and
biological. The ship may accommodate up to 27 researchers.
The Brazilian effort in Antarctic also includes the
Brazilian Air Force, which flies seven support missions a year, for researchers'
exchange and logistic support to the EACF in the winter.
Counting on the effort of its scientists and logistic support
personnel, along with the cooperation of the International Antarctic Community,
the Brazilian Antarctic Program has striven to clearly state our firm interest
in the future of the Antarctic Continent.
INTERNATIONAL COMMISSION FOR MARINE RESOURCES SECRETARIAT -
MINISTRY OF NAVY
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