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Visconde de Jequitinhonha
Francisco Gomes Brandão nasceu na Bahia em 1794 e faleceu no Rio de Janeiro em 1870. Na época da Independência adotou o nome de Francisco Gê Acaiaba de Montezuma. De origem modesta, foi encaminhado pela família para a vida religiosa, deixando, porém, bem cedo o Convento de São Francisco de Salvador. Completou o curso de medicina na Escola de Cirurgia da Bahia e, viajando para Portugal, formou-se em leis na Universidade de Coimbra, em 1822. Tomou parte ativa no movimento que, na Bahia, defendia a independência, tendo viajado nesta ocasião ao Rio, onde captou a simpatia de D. Pedro e de José Bonifácio. Eleito pela Bahia para a Constituinte de 1823, foi exilado para a Europa, quand,o da dissoluc,ão da Assembléia pelo Imperador. De retorno ao Brasil, representou sua província na 2 a e na 4 a legislaturas (1831 e 1838 a 1841). Ministro dos Negócios Estrangeiros (de maio a setembro de 1837) e Interino da Justica foi, em 1840, nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário em Londres. Retornando ao Brasil dedicou-se à advocacia, sendo dos mais brilhantes advogados da época. Nomeado Conselheiro do Estado em 1850, no ano seguinte era escolhido Senador de sua província. Fundador e presidente honorário da Ordem dos Advogados do Brasil em 1830, figurou entre os 27 sócios fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Recebeu em 1834, com grandeza, o titulo de Visconde de Jequitinhonha, Segundo o Barão do Rio Branco em suas Efemérides", foi o primeiro orador parlamentar que, em nosso País, atacou de frente os importadores de escravos africanos e teve também a honra de ser um dos precursores da propaganda abolicionista. Descendente próximo dos africanos, Jequitinhonha conseguiu, com a sua inteligência, cultura e notável talento verbal, vencer os preconceitos da sociedade de então. Apesar disso, sua vida foi verdadeira tragédia corroída "dos mais contraditórios e violentos sentimentos'', no dizer de Américo Jacobina Lacombe. |
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