I CENTENÁRIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

A data 20 de julho de 1997 marca o centenário da Academia Brasileira de Letras. Assim como sucedeu com a instituição que a inspirou, a Académie Fran çaise, a sua fundação deu-se após uma série de tentativas. Mais de 360 anos conta a instituição a que o Cardeal Richelieu soube dar corpo e alma, para que a língua e as letras francesas ilustrassem a grandeza da Monarquia. E há 100 anos a Academia Brasileira vive o ideal inspirador que Machado de Assis, no discurso pronunciado na sessão inaugural, em 20 de julho de 1897, definiu como o desejo de "conservar, no meio da federação política, a unidade literária". 

Tal obra se faz com constância, trabalho e inspiração criadora, desde os quarenta fundadores da Instituição - que de início incorporaram quarenta patronos, todos já falecidos em 1897,0 que faz o tempo da Academia recuar para 1623, ano do nascimento de Gregório de Matos, o mais antigo nome da cultura nacional incorporado à Instituição - até os atuais ocupantes das quarenta poltronas do Petit Trianon. 

A saga da Academia Brasileira remonta, portanto, aos primeiros anos heróicos, quando nem sequer dispunha de uma sede para abrigar seus membros. Mas, desde aquela época até o Petit Trianon (1923), e agora no Centro Cultural do Brasil (a partir de 1979), sua história vem sendo escrita principalmente por meio das biografias e das obras daqueles que são eleitos para ocupar suas 40 cadeiras. Incluindo os patronos, fundadores e sucessores, o Quadro dos Membros Efetivos congrega 252 nomes de escritores brasileiros. O Quadro dos Sócios Correspondentes, que tem como patronos ilustres nomes de brasileiros e portugueses, apresenta 138 escritores estrangeiros associados àInstituição. 

Sejam membros efetivos ou sócios correspondentes, todos são convocados pela palavra de ordem de Machado de Assis no discurso preliminar: "Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira".

NAIR DAMETTO Professora Encarregada do Setor de Publicações da ABL I CENTENARY OF THE BRAZILIAN ACADEMY OF LITERATURE

I Centenary of the Brazilian Academy of Literature

On July 20th, 1997, the Centenary of the Brazilian Academy (ABL) will be celebrated. It was inspired by the Académie Française (French Academy). The institution Cardinal Richelieu brought to life reaches 360 years making French language portray the greatness of the French Monarchy. The Brazilian Academy has lived for 100 years over Machado de Assis's inspiring ideal, which was summarized in his inaugurational session discourse, on July 1897, as the will to "preserve, within the political federation, the literary unity." 

The Academy dates back to 1623, when Gregório de Matos was born. He is the oldest literary figure of the national culture incorporated to the Institution, whose mission has been fulfilled with constancy, work and creative inspiration from the times of the forty patrons, who were all deceased by 1897, to the current forty members of the Petit Trianon. 

The Brazilian Academy's saga refers, therefore, to the first heroic years, when it had not even headquarters to shelter its members. But, from then to the Petit Trianon (1923), and since 1979, at the Centro Cultural do Brasil (The Brazilian Cultural Center), its history has been basically written through the biographies and works of those who are elected to fill its 40 chairs. Including the patrons, founders and successors, the Board of Permanent Members gathers 252 Brazilian writers, while the Board of Temporary Members, whose patrons are prominent Brazilian and Portuguese writers, is made up of 138 foreign writers affiliated to the Institution. 

Whether they are permanent members or temporary ones, they are all called forth by Machado de Assis's word of command in his preliminary discourse: "Pass the initial thought and will onto your successors, so that they can pass them onto theirs as well, and your work shall be written in the sound and shiny pages of our Brazilian life".

NAIR DAMETTO Professor in charge of the ABL Department of Publication

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