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A história de Blumenau come,cou a ser alinhavada em 1843, quando o aprendiz de farmacêutico Hermann Otto Bruno Blumenau, pela primeira vez, ouvira do naturalista Alexandre Von Humboldt, um relato sobre a América. De espírito aventureiro, Hermann vai a Londres, onde procura o representante brasileiro para o Reino da Prússia, Jacob Sturz, que aqui esteve como minerador de ouro para os i.ngleses. Havia, segundo Sturz, amplas possibilidades de êxito numa expedição ao Brasil, idéia que Hermann cultivou até 1846, quando, a bordo do Veleiro lohannes, deixa Hamburgo às expensas da Sociedade de Proteção aos Imigrantes Alemães, rumo ao Porto de Rio Grande.
Uma breve estada no Rio Grande do Sul antecedeu sua viagem ao Rio de Janeiro, onde conheceu seu futuro sócio, Fernando Hackradt. Em 1848, os dois, em companhia do Cabo Angelo Dias, desceram até o Rio Itajaí Açu, acampando às margens do Ribeirão da Velha, próximo ao local onde está sendo construída a nova Prefeitura de Blumenau.
Antes de retornar à Alemanha, em busca de mão-de-obra, Hermann Blumenau apresentava ao Governo Imperial um plano de colonização. Dia 2 de setembro de 1850, sob o comando de Reinoldo Gartner, chegavam os 17 primeiros colonizadores. Um ano depois, Hermann retomava, distribuindo, a partir de 1852, os primeiros lotes. Ele permanece no Brasil até 1884, quando retorna à Alemanha ressentido com a má vontade e incompreensão de algumas autoridades brasileiras. Em 1894, Blumenau passou à categoria de cidade e o Município chegou a ter uma área de 12 mil quilômetros quadrados que, a partir de 1934, deram origem a outros 31 Municípios do Médio Vale do Itajaí.
Os planos de Hermann Blumenau eram, de início, implantar na Colônia uma espécie de atividade econômica que, hoje, poderia chamar-se de agro-industrial. Mas, apesar de desfrutar de uma excelente mão-de-obra para os dois setores, aos poucos, Blumenau, impelido por contingências naturais (terras acidentadas e freqüentemente castigadas pelas cheias do Itajaí Açu), foi encontrar sua verdadeira vocação na indústria que, ao longo destes 132 anos, transformou o Município no segundo pólo de desenvolvimento de Santa Catarina.
O grande projeto agrícola e o único com êxito os primordios da colonização foi o do cultivo do fumo que, embora tivesse anos mais tarde sucumbido ante uma indiscriminada política fiscal, ensejou a vinda dos irmãos Hering ao Brasil. Eles deixaram uma fábrica de meias na Alemanha para produzir charutos em Santa Catarina. Esta empreitada fracassou, dando, porém, origem à primeira indústria de fios e malhas de Blumenau, inaugurando um ciclo que até hoje se mantém como o carro-chefe da economia regional, com nomes e etiquetas famosas no Brasil e exterior: Hering, Cremer, Karsten, Sul Fabril, Teka, Artex e muitas outras fábricas de tecidos.
A economia de Blumenau é sustentada no setor industrial (mais de 40 mil trabalhadores) pela indústria de filação e tecelagem, mas também despontam como atividades importantes a metalurgia, lapidação de cristais, brinquedos, exportação de fumos, comércio varejista e o turismo.
Mais de um terço da população de Blumenau, 150 mil habitantes, está em atividade produtiva, proporcionando uma das rendas per capita mais altas do Sul do País. Blumenau sozinha arrecada 15 por cento do bolo fiscal de Santa Catarina. Sua renda é superior a cinco salários mínimos, por pessoa.
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A tudo isso se junta a paisagem fascinante, marcada pela presença do Itajaí Açu e seus afluentes que recortam a cidade, encravada num verde vale. Mas, não se pode esquecer de que a própria produção industrial de Blumenau, suas malhas, toalhas, cristais, porcelanas, cerâmicas, brinquedos, doces e chocolates se constitui num importante chamariz aos visitantes.
Como complemento indispensável funciona uma bem organizada estrutura hoteleira, com mais de 2.500 leitos e uma rede de restaurantes, muitos com música ao vivo, brasileira ou típica germanica, que servem os apreciados pratos da cozinha alemã, como einsbein, marreco com repolho, kasseler, tudo regado a muito chopp e rebatido com aperitivos próprios de ervas e cereais.
Para os visitantes, Blumenau apresenta um roteiro variado, que não pode deixar de incluir a Vila Itoupava com suas casas em legítimo Estilo Colonial e seus alambiques de steinhager e wacholder.
O velho vapor Blumenau I e sua réplica, um restaurante flutuante, fazem parte da primeira panoramica da cidade para quem chega pela BR-101. Na rua das Palmeiras, bem como no centro, funciona o Museu da Família Colonial, numa casa construída em 1861; onde viveram os familiares de Hermann Blumenau. Nos fundos do museu, num mini-zoo, localiza-se o curioso Cemitério dos Gatos.
O Mausoléu onde repousam os restos mortais do fundador da cidade, sua esposa e filhos, situado ao lado da Prefeitura velha, conta em fotos e documentos um pouco da vida dos pioneiros. Também no centro estão localizadas a Matriz de São Paulo Apóstolo com seus cinco sinos eletrônicos e a bela Igreja Evangélica.
Fora da cidade, recantos agradáveis são os parque florestais do Refúgio, o Morro do Spitzkopf e o Moinho da Floresta Negra. No vizinho Município de Pomerode, uma boa opção para compra de porcelanas. (J.O.B.)
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