Juiz de Fora

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150 Anos de Emancipação Política de Juiz de Fora


Situada na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, Juiz de Fora, primeiro chamada de Santo Antônio do Paraibuna, foi elevada à categoria de Vila em 1850 e seis anos depois, à de Cidade. Suas origens vinculam-se ao trânsito de tropas e tropeiros no Caminho Novo - Estrada Real que ligava a região das Minas ao Rio de Janeiro no século XVIII. Sua denominação-Juiz de Fora - remete a um funcionário da magistratura portuguesa que atuava na ausência de um juiz de direito. Um destes magistrados teria se hospedado numa fazenda na qual surgiria o povoado de Santo Antônio do Paraibuna.

A cafeicultura floresceu ao redor do núcleo urbano. Grupos sociais onginários primeiramente da região das minas e postenormente, do mercado interno mineiro, tornaram-se os grandes proprietários de terras e de escravos, construindo um dinâmico núcleo agrário-exportador cafeeiro. Juiz de Fora toma-se então o principal pólo econômico, político e social de Minas Gerais no século XIX. Até 1880, possuía todos os serviços urbanos, além de um sistema financeiro próprio, possibilitado pela fundação do Banco de Crédito Real. Em 1889 é construída a primeira Usina Hidrelétrica da América Latina, empreendimento realizado por Bernardo Mascarenhas, importante industrial da cidade.

Se nos meados do século XIX, a vida da população se movia pelo trotar dos cavalos encarregados do transporte de café até o porto do Rio de Janeiro, e mais tarde pelo apito dos trens da estrada de ferro Dom Pedro II, a cidade passa, nas primeiras décadas do século XX, a ser movida pelo apito das fábricas, O ouro verde do café transforma-se em investimentos fabns. principalmente nos setores têxtil e alimentício. Neste período a cidade chega a receber a denominação de "Manchester Mineira".

Sua população reflete a singularidade de sua formação sócio-econômica. Levas de imigrantes italianos, motivados pelo mercado de trabalho fabril e pelas férteis fazendas cafeeiras, se unem aos primeiros colonos alemães dos meados do século XX. A este grupo se unem os imigrantes portugueses e árabes, os quais, somados aos milhares de negros recém libertos, compõem uma identidade regional marcada não só pela integração e conflito, mas principalmente pela sociabilidade e solidariedade características dos mineiros.
Sua vida cultural revela traços de grande ecletismo, perceptível pelas suas manifestações arquitetônicas. Construções em estilo Art Nouveau, próprias da primeira década do século XX, se unem àquelas de estilo Art Déco, predominantes em meados do século XX, bem como às obras do arquiteto Niemeyere dos pintores Di Cavalcanti e Cândido Portinani. A criação da Universidade Federal de Juiz de Fora, na década de 1960, traz uma contribuição fundamental: além de pólo econômico, a cidade reafirma-se como maior pólo cuttural da região a congregar pessoas das cidades vizinhas e a fomentar projetos e iniciativas de desenvolvimento regional.

Nos últimos anos, a cidade retomou seu dinamismo industrial. Hoje, com uma população de aproximadamente meio milhão de habitantes, é a segunda maior cidade de Minas Gerais, caracterizada por uma excelente qualidade de vida, reconhecida e vivenciada por todos os seus habitantes.

PROP. Dra. MÔNICA RIBEIRO DE OLIVEIRA
Departamento de História
Universidade Federal de Juiz de Fora


150 Years of the city of Juiz de Fora

Located at the so-called "Forest Zone" of the Minas Gerais State, the city of Juiz de Fora - first named Santo Antonio do Paraibuna - was assigned into the category of Village in 1850 and, six years later, achieved the status of City. Its origins recall the traffic of troops and troopers on the New Path - a Royal Road which connected the mines region to the Port of Rio de Janeiro in the 1 8th century. The name Juiz de Fora (which means "Outside Judge") was given after an employee of the Portuguese magistracy who practiced the Law in the absence of a Judge. One of such magistrates would have been taken as guest in a farm where later the Santo Antonio do Paraibuna village would be founded.


The coffee agriculture flourished around the urban nucleus. Social groups first originated from the mines region and, most recently, from the Minas Gerais Business Field, became great landlords and slave masters, constituting a dynamic agro-export center for coffee. In the 1 19th century, Juiz de Fora becomes the main social, political and economic center of the Minas Gerais State. In 1880, it had all urban services, besides a self-financing system, fostered by the establishment of the Royal Credit Bank. In 1889, the first hydroelectrical plant of Latin America was built there.
While in the mid-19th century the population's life was moved by the trot of horses in charge of transporting coffee to the Port of Rio de Janeiro, and later by the whistle of trains on the Dom Pedro II railroad; In the first decades of the 20th century the city begins to be moved by the whistle of factories. The "green gold" - as the coffee was known - was substituted by industrial investments, particularly in the textile and food sectors. In that period, the city was even called the "Manchester of Minas Gerais".

Its population reflects the singularity of its socio-economic formation. Loads of Italian immigrants, attracted by the industrial working field and by the fertile coffee farms, join the first German colonists in the mid-20th century. Portuguese and Arabic immigrants also become part of such group which, in addition to the thousands of just-freed black ex-slaves, compose a regional identity marked not only by integration and conflict, but also by the characteristic sociability and solidarity of the Minas Gerais people.

The cultural life of Juiz de Fora is marked by great eclecticism, which can be perceived in its architectural manifestations. Art Nouveau constructions dating from the first decade of the 20th century are followed by those in Art Déco style from the mid-20th century, as well as the architectural art works by Niemeyer. It is also the homeland of famous artists such as Di Cavalcanti and Candido Portinan. The establishment of the Federal University of Juiz de Fora in the 1 960s made a fundamental contribution to the city: besides being an economic center, the city reaffirms its status of greatest cultural center of the region, gathering people from neighbor cities and encouraging regional development initiatives.

In the last few years, the city resumed its industrial dynamism and, today, with a population of approximately 500,000 inhabitants, is the second largest city of the state of Minas Gerais, characterized by an excellent life quality standard, recognized and experienced by its inhabitants.


PROF. DR. MONICA RIBEIRO DE OLIVEIRA
Department of History
Federal University of Juiz de Fora

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Last updated: 03/29/10.